«Os Verdes» condenam novos ataques aos direitos dos trabalhadores da CP através da limitação ao direito de transporte ferroviário
fotografia retirada de abola.pt |
Uma decisão tanto mais inaceitável, no entender de «Os Verdes», porque vem acentuar outros ataques já proferidos aos direitos salariais dos trabalhadores e agravar ainda mais as suas condições de vida e das suas famílias, e porque visa essencialmente tornar a empresa mais apetecível para a privatização.
Para «Os Verdes», esta medida está impregnada de uma demagogia e hipocrisia sem par, da qual o teor da própria deliberação do Conselho de Administração é exemplo flagrante ao apresentar mais este roubo como uma oferta. Na deliberação pode ler-se o seguinte: «O Conselho de Administração deliberou conceder condições comerciais especiais para os seus trabalhadores e respetivos familiares…».
Demagógica é ainda a apresentação desta nova deliberação como uma «devolução» de direitos aos reformados da empresa e seus familiares aos quais tinha sido retirado, numa anterior deliberação de 31 de janeiro de 2013, o direito ao transporte ferroviário, deliberação que tinha sido imediatamente posta em prática nas bilheteiras, sem qualquer afixação de aviso prévio nas estações ou conctato direto com os visados. Agora, em contrapartida da «devolução» de uma pequena parte do que retirou, a empresa alarga o roubo aos trabalhadores do ativo.
Para «Os Verdes», a hipocrisia de todas estas medidas, tomadas em nome da redução de custos de gestão e da dívida da empresa, não deixa dúvidas, e fica claramente expressa quando confrontada com a aquisição, no passado mês de Novembro de 2012, de 7 novos carros para os administradores que irão perfazer uma soma de 134 551 euros por 4 anos, segundo o Portal Oficial dos Ajustes Diretos.
O direito dos trabalhadores da CP e dos seus familiares ao transporte ferroviário não é, no entender de «Os Verdes», uma regalia imoral. «Os Verdes» relembram que este direito foi dado no sentido de compensar os baixos salários que os mesmos usufruíam e levar os trabalhares ferroviários e suas famílias a fixarem residência longe dos grandes centros urbanos e próximo das linhas ferroviárias nas quais eram necessários.
O próprio comunicado da administração da CP assume que «…a atribuição de regalias especiais comerciais a colaboradores, para utilização dos serviços prestados pela própria empresa, é uma prática comum e consensual no setor empresarial nacional e internacional, mormente quando decorrente da capacidade instalada…» e «Os Verdes» relembram que a empresa não perde nada ao atribuir este direito visto que existe a capacidade instalada para o garantir.
O PEV vai ainda exigir, em sede parlamentar, explicações ao Secretário de Estado dos Transportes sobre o que a CP ganha com esta decisão e solidariza-se, desde já, com o dia de resistência e de luto agendado para 14 de Fevereiro.
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