Partido Ecologista «Os Verdes»

Partido Ecologista «Os Verdes»

2011-10-20

Número Insuficiente de Vigilantes da Natureza


O Grupo Parlamentar «Os Verdes» entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, sobre o número de vigilantes da natureza, reconhecidamente insuficiente para cobrir o território nacional.

PERGUNTA:

O Grupo Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes» reuniu recentemente, com a Associação Portuguesa dos Guardas e Vigilantes da Natureza (APGVN) que nos transmitiram algumas das suas preocupações. Em Portugal continental existem cerca de 182 Vigilantes da Natureza e que têm a seguinte distribuição:


- Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) – 125
- Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) - 27
- Administrações de Regiões Hidrográficas (ARH) – 30

Este número de Vigilantes é reconhecidamente insuficiente para cobrir o território nacional e segundo a APGVN seriam necessários pelos menos mais 400 efectivos, e poderemos aqui dar alguns exemplos da insuficiência de recursos humanos nesta área e por regiões:

Responsabilidade do ICNB
- Parque Natural Douro Internacional – 87011,26 ha – 1 Vigilante
- Parque Nacional Tejo Internacional – 26491,10 ha – 2 Vigilantes
- Parque Natural Vale do Guadiana – 69669,30 ha – 3 Vigilantes
- Paisagem Protegida da Serra do Açor – 373,40 ha – 1 Vigilante
- Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da C. da Caparica - 1551,50 ha – 1 Vigilante

Fotografia retirada da APGVN
Responsabilidade das CCDR’s
- CCDR Norte – 1 Vigilante
- CCDR Algarve – sem Vigilantes

Responsabilidade das ARH’s
- ARH Norte – 1 Vigilante
- ARH Algarve – 1 Vigilante

Além destes exemplos, existem vários sítios, paisagens protegidas e monumentos, que não são alvo de vigilância e que seria exaustivo estar aqui a transcrever. O Plano de Redução e Melhoria da Administração Central do Estado (PREMAC), anunciado pelo Governo, anuncia a fusão do ICNB com a Autoridade Florestal Nacional (AFN), dando lugar à Direcção-Geral da Conservação da Natureza e Florestas, e a extinção das ARH’s, que têm a data de 26 de Outubro para o seu fim. Em todo este processo a APGVN não foi ouvida e as tentativas para chegar à “fala com o Governo” não resultaram.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Ex.ª A Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território me possa prestar os seguintes esclarecimentos:


1 – Que motivos levaram o Governo a não ouvir os Vigilantes da Natureza na reestruturação dos organismos onde funcionam?

2 – Vai o Governo criar na dependência da nova Direcção-Geral um corpo de Vigilantes a nível nacional?

3 – Qual vai ser o destino dos Vigilantes afectos às ARH’s?

4 – Como pensa o Governo colmatar a falta de Vigilantes da Natureza e aumentar a área de fiscalização?

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